Vivências de Suzana Medeiros
O
período da pandemia nos trouxe grandes dificuldades. Obstáculos em que não
apresentávamos repertório para soluções. Nos deparávamos com os questionamentos
daquele dia apenas quando estes surgissem. Impossibilitando estratégias e
planejamentos mais assertivos no início do processo das aulas remotas. Com o
passar dos meses, a adaptação conseguiu superar as imprevisibilidades, que
ainda aconteciam, mas em menor frequência. O aprendizado também foi adaptado.
Necessitou do aluno uma maior independência e autonomia diante das atividades
propostas pela escola, características que em muitos precisou ser urgentemente
trabalhada e/ou desenvolvida.
A
aprendizagem é construída na interação. No social. Na troca dos afetos. A
aprendizagem significativa precisa de um contexto saudável para professores e
alunos. O papel da escola restringiu-se muito a um ambiente virtual e
individual, o que pode ter prejudicado a efetividade das relações sociais. As
aulas remotas diminuíram essa troca, mas não eliminaram a possibilidade da
aquisição de conteúdo nesse período, afinal, os professores foram grandes
mediadores nesse tempo, ao se reinventarem e reinventarem as metodologias de
ensino.
A
produção das atividades sendo realizadas exclusivamente em ambiente domiciliar,
diminuiu a discussão de conteúdos que é uma parte essencial para a elaboração e
internalização da matéria estudada. Pelo método remoto, em algumas aulas, o
número de participantes ao mesmo tempo era alto, os professores e alunos não
protagonizaram ricas interações e debates acerca do assunto analisado,
limitando a apreensão considerável dos novos conteúdos.
O
ensino do conteúdo para alunos que apresentam dificuldade de aprendizagem é
bastante individual. De acordo com a
demanda da criança, é construído um plano de estratégias e técnicas para se
colocar em prática. Algumas crianças necessitam de uma intervenção visual
significativa, e esse auxílio dificilmente é oferecido remotamente, outras
precisam manter o foco de concentração e atenção, e o eletrônico favorece a dispersão
dessa atenção. Em outras crianças, a evolução da aprendizagem conseguiu ser
observada durante o processo. As características de cada criança, suas
potencialidades e facilitadores devem ser levadas em consideração, em qualquer
ambiente, para traçar objetivos e metodologias, e mesmo a distância, isso é
possível.
Durante
a pandemia, os alunos que apresentaram dificuldades tiveram aulas de reforços no
contraturno. As atividades eram adaptadas e o tempo foi utilizado para trabalhar
a autonomia, aumentar a compreensão, além de fortalecer os vínculos.
O
ensino remoto que encontramos nesse período ainda precisa de ajustes e
melhorias, afinal, foi uma mudança repentina. A adaptação positiva dos alunos e
professores ainda não foi alcançada no final desse ano. A exigência aumentou
bastante durante os meses, e o cansaço foi algo que tivemos que nos deparar
constantemente. Acredito que em um outro momento, mas com essa mesma realidade
de quarentena, conseguiríamos realizar um trabalho mais assertivo e saudável
com todos visto que já sabemos em quais caminhos não devemos trilhar.
As considerações da Suzana, fazem com grande relevância um apanhado sobre as questões internas dos alunos no processo de ensino-aprendizagem durante a pandemia, ou seja, como os alunos estão conseguindo lidar com as suas subjetividades na busca pelo aprendizado neste período de aulas remotas.
ResponderExcluirAs considerações da Suzana, fazem com grande relevância um apanhado sobre as questões internas dos alunos no processo de ensino-aprendizagem durante a pandemia, ou seja, como os alunos estão conseguindo lidar com as suas subjetividades na busca pelo aprendizado neste período de aulas remotas.
ResponderExcluirBelas observações e colocações sobre o contexto. Acredito que a reinvenção a partir dos novos limites seja essencial. Uma nova perspectiva deve ser objeto de avaliação para que no próximo ano as estratégia sejam ainda mais assertivas e menos desgastantes.
ResponderExcluirexcelentes pontuações! tivemos, sim, grandes perdas pedagógicas, mas acredito que estamos descobrindo possibilidades.
ResponderExcluiracredito que uma estratégia, para quando tudo retornar, de não abandonarmos essa nova educação, nos fará mais próximos dos alunos. Para quando houver a necessidade, estarmos presentes, virtualmente, com os indivíduos que precisarem de algum suporte, mas sem condição de estarem na escola em contra turno. Pois acesso remoto, as vezes, se torna mais fácil que o deslocamento e alimentação para o aluno estar presencialmente, principalmente os que moram em regiões periféricas e estudam em instituições mais longínquas.